sexta-feira, 5 de maio de 2017

Correr não faz mal para seus joelhos. E pode até fazer bem


Estudos mostram que a corrida não acelera o desgaste dos joelhos e, em alguns casos, ainda reduzem a chance de lesões no local.



Em 2015, foi publicada uma revisão de literatura na Revista Britânica de Medicina do Esporte mostrando que a corrida não é um esporte que acelera o desgaste dos seus joelhos, doença conhecida como artrose. O estudo reuniu informações de outros dez artigos.

Em oito desses artigos não houve aumento das chances da doença. Em uma publicação houve melhora dos sintomas em pacientes com artrose e, em apenas um estudo, feito com maratonistas de elite, as chances de artrose foram aumentadas.

As taxas da *citocina GM-CSF reduziram de uma média de 10.7 para 6.2, assim com a interleucina IL-15, que caiu de uma média de 7.6 para 4.3. Além disso, corredores apresentaram redução das taxas da COMP (cartilage oligomeric matrix protein), proteína em geral elevada nos pacientes com artrose. Essas reduções não foram observadas nos pacientes que permaneceram em repouso. 

*(Citocinas pró-inflamatórias induzem o aumento do processo inflamatório, como por exemplo: interleucina-1β (IL-1β), interleucina-6 (IL-6), interleucina-8 (IL-8) fator de necrose tumoral Page 2 (TNF-α), interferons (IFN), interleucina-2 (IL-2) e quimiocinas.)



A corrida, antiga “vilã” do joelhos, pode na verdade ser uma grande aliada. Cada vez mais artigos mostram que correr não faz mal e, quando bem prescrito, esse esporte previne inúmeras doenças.

O que vejo no consultório, como especialista em joelho, é que pacientes que praticam exercícios apresentam muito menos dores em seus joelhos que os sedentários. Portanto, treine com segurança, bem orientado e não tenha medo da corrida.

Bons treinos!

Fontes:
1 – Running decreases knee intra-articular cytokine and cartilage oligomeric matrix concentrations: a pilot study. Eur J Appl Physiol. 2016 Dec;116(11-12):2305-2314
2 – Does running protect against knee osteoarthritis? Or promote it? Assessing the current evidence British Journal of Sports Medicine 2015 ; 49 1353-1353

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